4 Passos para acabar com Birra
- Espaço Bambolê
- 15 de set. de 2018
- 3 min de leitura
Não há nada mais constrangedor e estressante do que quando a criança faz birra, não é?
Mas, tudo tem uma explicação científica.
Em uma entrevista à Revista Superinteressante, pesquisadores explicam a birra relacionando-a ao desenvolvimento do cérebro da criança:
Nas crianças, as áreas superiores, denominadas de cérebro racional - estão em pleno desenvolvimento.
‘O cérebro racional, é equipado com habilidades para a convivência e a construção de relações sociais, pensamento racional, capacidade de solucionar problemas, criatividade e imaginação – só atinge sua plena maturidade por volta dos 25 anos de idade. É uma das últimas partes do cérebro a se desenvolver, e permanece em constante construção durante os primeiros anos da vida’, diz o pediatra e psiquiatra Daniel Siegel em seu livro The Whole Brain Child.
“A habilidade de tomar decisões equilibradas, controle emocional, ética e capacidade de prever as consequências de seus atos dependem de uma parte do cérebro que ainda está em formação, e que não está disponível para as crianças todo o tempo”, afirma Siegel, que também é pesquisador na Universidade da Califórnia.
A birra significa que foi acionado um gatilho – raiva, medo ou temor da separação – na parte inferior, mais primitiva, do cérebro infantil.
Isso faz com que a criança se sinta muito insegura.
“Sem o auxílio da parte superior do cérebro para racionalizar e se acalmar, o resultado é que a criança fica superexcitada, com altos níveis de substâncias químicas associadas ao estresse percorrendo seu corpo e cérebro, resultando na birra”, afirma Sunderland, diretora de educação e treinamento no Centre for Child Mental Health, em Londres.
Ok! Agora que entendemos o que acontece no cérebro dos pequenos, vamos discutir como lidar com essa overdose de emoções, que embora seja um reflexo do desenvolvimento cerebral, há formas de ajudar a criança a se expressar de outras maneiras.
Ray Lewy, psicóloga clínica e autora do livro Try and Make Me! Simple Strategies That Turn Off the Tantrums and Create Cooperation, elaborou quatro passos para lidar com a birra dos pequenos.
A autora explica que é necessário deixar que a criança expresse sua frustação, mas é preciso que ela compreenda que gritar, chorar e rolar no chão, definitivamente, não é a solução.
Mas, eis a questão! Como realizar tal tarefa?
Veja o que explica Ray Lewy.
1. Dê privacidade à criança
Em alguns momentos a criança precisa liberar sua raiva ou frustação.
Neste momento, leve-a para um local reservado e seguro e deixe que ela volte a si.
Não grite e não fale com a criança.
Ignore a birra e mantenha seu controle emocional.
Lembre-se, você é o adulto da relação, ou seja, se você perde o controle, será impossível reverter a situação.
“Essa estratégia ajuda a criança a se expressar de uma forma não destrutiva e começar a ter ideia do que é autocontrole”, diz Linda Pearson, enfermeira e autora de The Discipline Miracle (O milagre da disciplina, em tradução livre).
2. Crie um momento de distração
“As crianças se concentram em um só assunto por pouco tempo, por isso normalmente são fáceis de distrair. Isso ajuda a tirar a atenção da birra”, explica Ray Lewy.
Quando a criança iniciar uma birra, pense em uma distração.
Pode ser um brinquedo, um livro, uma vitrine, uma sugestão de passeio ou peça sua ajuda para realizar algo.
3. Dialogo é fundamental
Os pequenos possuem um vocabulário limitado, podendo não conseguir expressar suas emoções de forma organizada.
“Nós sabemos, por meio de estudos, que as pessoas julgam nossas reações. Se você agir com calma, todos vão ver que você é uma boa mãe ou bom pai”, diz Ray Lewy.
Converse com seu filho sobre o que causou a frustação ou a raiva, deixe que ele se expresse por meio das palavras e o ajude a construir frases que expressem seus sentimentos.
Isso faz com que a criança adquira muita confiança em você, estreita os vínculos e estimula o desenvolvimento das partes do cérebro relacionadas ao equilíbrio emocional.
4. Abraço. Sim, abraço.
No momento do descontrole emocional que a birra provoca nos pais e na criança, abraçar é o segredo para ambos.
“Tem que ser um abraço firme, grande, e o melhor é que os pais não digam nada enquanto abraçam o filho”, explica Ray Lewy.
Uma pesquisa feita pelo professor de Psicologia da Carnegie Mellon University, nos Estados Unidos, Sheldon Cohen comprovou que o abraço protege dos efeitos do estresse, da depressão e da ansiedade.
Depois, ofereça um lanche saudável, um banho relaxante e uma soneca gostosa.
Por vezes, a criança faz birra por causa de um objeto, no entanto, ela está irritada por sentir fome ou sono e não sabe como se expressar.
“Estar cansado e com fome são os dois maiores gatilhos para birra”, diz Lewy.
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